segunda-feira, 5 de maio de 2008

PROGRAMA Nº 5



Em nosso quinto programa, confira a entrevista com Marcelo Montenegro. Ele é natural de São Caetano do Sul, e nasceu em 1971. Publicou o livro de poemas Orfanato Portátil (Atrito Art Editorial, 2003) e, ao lado dos músicos Marcelo Schevano, Flavio Vajman, Marcello Amalfi e Fábio Brum, criou o espetáculo “Tranqueiras Líricas”. Em 2006 integrou o “A(u)tores em Cena”, do Itaú Cultural, com escritores contemporâneos sendo dirigidos por diretores de teatro. É roteirista, editor de vídeo e membro do grupo de teatro Cemitério de Automóveis, no qual opera luz e sonoplastia.


Nas dicas culturais, confira as sugestões de Donizete Galvão, nosso entrevistado da semana passada.


No quadro sonar, apresentamos dois poemas: o primeiro deles é “A árvore no sonho”, trabalho inédito do poeta e editor Francisco dos Santos. O segundo deles, é “Gerenciamento anti-stress”, do livro Novo endereço (2002), de Fabio Weintraub.


A trilha incidental do programa conta com trechos das seguintes músicas: 1) "Próxima encarnação", de Itamar Assumpção e Naná Vasconcelos; 2) ""Filho de Santa Maria", de Itamar Assumpção e Paulo Leminski; e 3) "Quando ", de Roberto Carlos.


a árvore no sonho


a árvore no sonho
dentro dele as coisas que entram pelo olho misturam-se às coisas amorfas
sua mãe vem em sua direção e nunca acaba de chegar
retira da árvore um filhote gordo, branco, contempla-o em sua desgraça de pássaro
depois volta-o as ramas rendadas de escamas
sua mãe vem em sua direção e nunca acaba de chegar, ela tem dois rostos e se debate
entre as ramas uma cobra se move lentamente, como ferrugem, como olhos carcomidos
sai de sua boca um navio, todos os mastros quebrados
(Francisco dos Santos)


Gerenciamento Anti-Stress


Imagine um córrego
Há pássaros cantando
e o vento fresco da montanha
no céu de um azul limpíssimo
Aqui nada pode aborrecê-lo
Ninguém alcança esse lugar secreto
sem passagem para o mundo
A queda d'água
enche o ar de sons gentis
A água é transparência absoluta
Agora, sim, pode-se ver o rosto
daquele cuja cabeça
você comprime sob a água
(Fabio Weintraub)

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